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Grace Hopper – A Mãe do Cobol

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A História possui milhões de exemplos de pessoas  que fizeram coisas impressionantes os quais não tiveram reconhecimento de seus feitos. E esse reconhecimento é menor ainda quando falamos de mulheres que fizeram a diferença no mundo.

De tanto que não divulgamos, discutimos e falamos sobre elas, seus feitos se perdem pelo tempo e em algum momento passamos a nem perceber sua existência.

Bem, a contra-almirante Grace Hopper (1906-1992) é uma dessas pessoas. Embora nos EUA ela tenha tido algum reconhecimento, ela é praticamente desconhecida no resto do mundo. Considerada a mãe da linguagem COBOL e tendo recebido em vida a alcunha de Amazing Grace, que significa “Sublime Graça” e “Software Queen” que significa  “Rainha do Software”, ambos em vida,  muito pouca gente hoje sabe que ela existiu e menos ainda de sua importância para o avanço e disseminação da TI.

Graça Murray Hopper nasceu em Nova York em 09 de dezembro de 1906. É importante destacar que sua família considerava os estudos como fundamentais para o desenvolvimento do pessoal, que acreditava-se que homens e mulheres devem ter as mesmas oportunidades. Além disso, seus pais a incentivavam a não seguir os modelos da sociedade da época. Isso, unido com as qualidades para a ciência em geral, e as matemáticas em particular, que Grace mostrou desde a infância, fizeram com que estudasse até a universidade.

Durante o secundário estudou no Vassar College , onde se graduou em matemática e física, e mais tarde recebeu seu doutorado em matemática na Universidade de Yale (primeira mulher consegui-lo), sob a supervisão do matemático norueguês Øystein Ore .

Apesar de tudo isso, e de que estava trabalhando como professora, a vida de Grace Hopper seguiria um caminho em principio muito diferente do que marcava seus estudos. Talvez inspirada por seu bisavô, que era militar (Alexander Russell , o almirante da Marinha dos Estados Unidos), Grace entrou na Marinha dos Estados Unidos aos 37 anos para ajudar nos esforços da Segunda Guerra Mundial, tendo passado por várias dificuldades para ser aceita, dentre elas o fato de não atingir o peso mínimo, e posteriormente tornando-se a número um em sua classe e deixando-a com a patente de tenente júnior.

Como não poderia ser de outra forma, Hopper passou a ter uma ocupação de acordo com a sua formação. Especificamente, ele ficou sob o comando do matemático Howard Aiken , principal desenvolvedor do computador Mark I. A relação de trabalho entre Aiken e Hopper foi muito bem sucedida, atingindo escrita colaborativa vários artigos sobre Mark I e seus sucessores, o Mark II e Mark III.

Relatório escrito por Hopper com o primeiro bug
(uma mariposa) encontrado

Neste contexto, Hopper está relacionada a um dos momentos mais curiosos da história da computação, já qui foi encontrado no Mark II o primeiro bug real. A história é mais ou menos a seguinte: erros foram detectados no Mark II e, após a verificação, foi encontrado um pequeno inseto (bug em inglês) entre as conexões. O caso foi um problema e partiu daí o nome para os erros de software. Hopper que difundiu esta designação para erros de computador.

Em meados da década de 50 do século XX, Hopper foi contratada em empresa privada como matemática sênior. Esta empresa foi chamada na época de Eckert-Maunchly Corporação e lá estavam John Presper Eckert e John Mauchly William, pais do famoso ENIAC. Hopper foi para contribuir com desenvolvimento da ciência da computação para além dos seus usos predominantemente militares, e ela fez. Grace desenvolveu o primeiro compilador da história e o primeiro compilador para processamento de dados que usava comandos em Inglês: o FLOW-MATIC.

Mas as coisas não pararam por aí. Hopper queria ir um pouco mais longe para tentar criar uma linguagem de programação em que o computador entende Inglês, a língua dos negócios, e que poderia ser usada em qualquer computador. Essas ideias formaram a base do Common Business- Oriented Language (COBOL), e um par de anos depois foi criada uma comissão para projetar a língua. Grace é conhecida como “vovó COBOL”.

Alguns anos mais tarde, em 1966, Hopper teve de se aposentar da Marinha, devido à idade, mas logo depois foi chamada de volta para ajudar com o pagamento eletrônico da folha de pagamento por um curto tempo. Mas o que a princípio seriam de 6 meses, foram convertidos em vários anos. Em 1973, Grace Hopper foi retirada da reserva e nomeada capitã. Aposentou-se da marinha em 1986, já como contra-almirante.

Entre os muitos prêmios que Grace Hopper recebeu, encontram-se mais de 40 doutorados honoris causa, a medalha de Serviço Distinto da Defesa a Medalha Nacional de Tecnologia, e um destróier da Marinha americana leva seu nome: USS Hopper (DDG -70) .

Participou da programação e execução do cálculo no Mark I de um cálculo especial para o Sr. John von Neumann (que na época demorou 3 meses) para fazer uma explosões que colapsassem um bomba nela mesma, apenas após a guerra ela percebeu que teve participação decisiva na construção da primeira Bomba atômica.

Desde 1971 é entregado o Prêmio Grace Murray Hopper pela ACM (Association for Computer Machinery). Entre os vencedores incluem nomes famosos do computador moderno como Donald Knuth (primeiro prémio, 1971), Stephen Wozniak (1979) e o Richard Stallman (1990).

Curiosidades

Criadora de jargões e frases de efeito, teve diversas delas que ficaram eternizadas, ao contrário dela mesma.

frases
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A ship

 

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Além do COBOL foi considerada a pessoa que popularizou o termo DEBUG, pois na década de 1940 ela e seu time estavam tendo dificuldades para entenderem o erro que estava ocorrendo no computador MARK II. Finalmente eles descobriram que uma mariposa estava entre os circuitos causando um curto. Após retirarem o inseto dos circuitos ela contou aos amigos como ela “debugou” (debugged que significa algo como “eliminou o inseto”) o computador.

Foi uma das primeiras pessoas – homens ou mulheres – a programar o computador Harvard Mark I. Um dos primeiros computadores eletrônicos que existiu, foi criado dois anos antes da introdução do famoso ENIAC em 1946.

Em 2013, que seria seu 107º aniversário o Google criou um doodle em sua homenagem em que ela programava em Cobol para mostrar sua idade. Veja aqui.

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O instituto Anita Borg realiza desde 1994  The Grace Hopper Celebration of Women in Computing para um encontro para premiar mulheres que se destacaram em tecnologia.

Links

The Grace Hopper Celebration of Women in Computing para ensino de programação para mulheres no Instituto Anita Borg

Entrevista para David Letteman: www.youtube.com/watch?v=1-vcErOPofQ

Mini-reportagem do 60 Minutes

Palestra para Space Coast em 1987

Biografia na Universidade de Yale

Biografia no Amazing Women

Comemoração AT&T em 2011 onde foi comparada a Albert Einstein e Richard Feynman e interpretada por uma atriz

Biografia no Mulheres na Ciência

Biografia no Geek

Referência como uma da 17 mulheres engenheiras que mudaram o mundo

Reportagem da TheNextWeb

Documentário de 16 minutos sobre Grace Hopper no fivethirtyeight.com

Crônicas da Pré-Escola: ” O dia que enchi as calças”

  
Crônicas da pré-escola: O dia que “enchi” as calçasTenho uma lembrança bem viva sobre os meus tempos de pré-escola: o dia que “enchi” as calças.
Tinha tudo pra ser um dia normal de aula, até começar o recreio.

Nesse dia, não me lembro o porquê, o recreio da pré-escola foi junto com o recreio de todos os alunos da escola, inclusive alunos de 13, 14 anos de idade. Para meu azar, no início do recreio tive a dor de barriga mais arrasadora da minha vida. Tentei ir ao banheiro da escola inúmeras vezes, porém todas sem sucesso. Além de lotado, os alunos maiores não me deixavam entrar no banheiro. Foi aí que tive uma idéia brilhante: vou esperar bater o sinal da volta do recreio e pedirei à professora para ir ao banheiro, pois o mesmo estará vazio. Professora essa que era muito amorosa, atenciosa e alfabetizava com maestria as crianças que passavam por sua classe.
E assim eu fiz. Retive com todas as minhas forças aquela avalanche de merda que se formava dentro de mim e me dirigi até a professora. Vale ressaltar que eu gostava muito dessa professora e achava que era recíproco esse sentimento por parte dela. Isso me levou a pensar que seria fácil essa tarefa e que ela me deixaria ir ao banheiro sem a menor objeção.
Ledo engano. Quando pedi a ela para ir ao banheiro, obtive uma resposta rápida e direta: “Não”. Tentei argumentar,  mas não obtive sucesso e veio outra resposta: “Você acabou de voltar do recreio e está querendo ir novamente ao banheiro? Vá sentar”.

Voltei para a minha cadeira e a partir daí não consegui mais pensar e nem fazer movimento algum. Comecei a suar frio e após intermináveis 5 minutos, juntei as últimas forças que me restavam e me dirigi bem lentamente à professora para lhe fazer o último apelo. Lembro-me que sua mesa ficava bem à frente e bem centralizada na sala de aula. 
Estudavam mais de 40 alunos na turma e nesse dia a sala estava cheia.
Com a voz baixa, arcado e com as pernas fechadas, quase que pedindo clemência, disse: “Professora, eu realmente preciso ir no (sic) banheiro.”

A resposta foi ainda mais direta e definitiva que a primeira: “Eu já falei que não!”.
Foi como se apertassem o botão do detonador de uma implosão. Como se desligassem a parte do meu cérebro que controla as necessidades fisiológicas do corpo. Frente à negativa da resposta, involuntariamente soltei os braços e a avalanche desmoronou.
Rapidamente a merda furou a barreira da cueca, desceu pelas pernas e chegou até ao tênis.

Ao invés de vergonha, senti alívio. Havia me libertado daquilo que me oprimia e tinha tirado até as minhas forças.
A professora, que me negara o direito de ir ao banheiro, teve que me dar até banho. Mas o principal é que em alguns minutos eu já estava de volta à sala e ao convívio dos colegas.
No lugar da calça, voltei de shorts para casa.

Minha História com o Cobol

 

Conheci o Cobol na faculdade, meio que por acaso, pois no final da década de 90 o que estava na moda eram linguagens visuais, com muitos recursos como o Visual Basic, Delphi, C++,  e linguagens voltadas à internet, como o Html e o Java Script. Assim, a linguagem que antes fazia parte da grade curricular do curso, passava a ser uma disciplina optativa e estava fadada a ser substituída por uma dessas linguagens mais modernas e que atraíam os mais jovens.

Mesmo com todo esse cenário desfavorável, como eu estava sedento por conhecimento, me matriculei na disciplina e desde a primeira aula a simplicidade e a estrutura do Cobol chamaram a minha atenção.

O que para muitos era chato e enfadonho, como desenhar fluxogramas e codificar em um editor simples e sem muitos recursos, para mim era pura diversão e entusiasmo. Fui pegando gosto pela coisa e me dedicando cada vez mais. Recordo-me bem que fechei a disciplina com a média máxima.

Quando chegou o momento de procurar estágio, me deparei com duas boas oportunidades: uma em Visual Basic e outra em Cobol. Participei e fui aprovado nos dois processos seletivos, mas na hora de decidir não tive dúvida: fui trabalhar com Cobol.

Fui explorando o universo da linguagem e me estabelecendo mercado de trabalho como uma espécie em extinção: analista programador Cobol. Era algo escasso no mercado, ainda mais um profissional de 21 anos de idade. Quando ia trabalhar em alguma instituição financeira, todos ficavam surpresos com aquele “menino” programando em Cobol e não em Visual Basic ou C++. A maioria dos meus companheiros de trabalho tinha mais tempo de experiência profissional do que eu tinha de idade.

Agora, sinto que estou passando para o outro lado e em pouco tempo passarei a ser reconhecido como mais um dos “dinossauros”, o nome carinhoso que é dado a quem programa há muito tempo com Cobol. Isso para mim é motivo de orgulho, pois nadei contra a maré quando decidi por este caminho.

E lá se vão doze anos de interação diária com essa linguagem. Muitos diziam que estava obsoleta e morreria em pouco tempo, mas o Cobol está cada vez mais vivo e sendo utilizado nas empresas que precisam de alta performance, segurança e estabilidade nas suas aplicações.

O Cobol vai morrer um dia? Talvez. Por enquanto, ele tem muito a oferecer ainda para todos nós.
 

Arroz com Feijão

 

Quando me perguntam qual o segredo para ser um bom programador Cobol, a minha resposta é simples e objetiva: faça o arroz com feijão.

Essa resposta pode parecer um tanto quanto simplista, mas se aplica muito bem a programação em Cobol.

Toda linguagem de programação tem inúmeros comandos, recursos, palavras reservadas,  e até conceitos, mas no caso do Cobol você não precisar utilizar todo o seu repertório léxico e semântico para desenvolver um bom código e o principal: que funcione perfeitamente.

Como o Cobol é utilizado principalmente em grandes empresas e instituições financeiras, os aplicativos desenvolvidos precisam ser os mais seguros, confiáveis e performáticos possíveis.

Acreditem: as empresas não buscam quem sabe fazer o programa mais complexo e que utiliza todos os recursos possiveís do Cobol. Elas procuram quem faz códigos confiáveis e seguros.

Quanto mais simples o código, mais fácil de entender e se dar manutenção ele é. Quanto mais rebuscado e complexo ele for, mais difícil ele será para documentar, entender e se dar manutenção.

Utilize o que você domina e sabe que funciona. Nada de “eu acho que esse comando ou essa função vai fazer o que eu preciso”.

Faça programas pequenos. Códigos com mais de 1000 linhas são desaconselháveis. É muito mais fácil dar manutenção em 5 programas de 1000 linhas do que em 1 programa de 5000.

Estruture e modularize o seu código. Fica muito mais fácil de entender.

Não seja criativo demais, pois não trabalhamos com marketing. Seja confiável.

Pense a respeito disso tudo que falei, pois é muito melhor comer um arroz com feijão bem feito e bem temperado, do que uma sopa de escargots dos alpes suíços salgada demais ou estragada.